UPA Infantil de Linhares registra aumento nos casos de bronquiolite viral aguda

Segundo relatório parcial, a média de atendimentos diários na UPA fica em torno de 250 pacientes, cerca de 70% são de crianças com sintomas gripais.

UPA Infantil de Linhares registra aumento nos casos de bronquiolite viral aguda
Nas últimas semanas, a secretaria municipal de Saúde notificou um aumento significativo de casos de confirmação e internação por bronquiolite em crianças atendidas na Unidade de Pronto-atendimento (UPA) Infantil de Linhares, localizada no bairro Shell. Por este motivo, o alerta para que pais e responsáveis fiquem atentos às medidas de prevenção e cuidados com os sintomas da doença.

Segundo relatório parcial, a média de atendimentos diários na UPA fica em torno de 250 pacientes, cerca de 70% são de crianças com sintomas gripais. Somente na segunda-feira, 25, a unidade registrou por volta de 30 pacientes com sintomas leves e moderados/graves de bronquiolite viral aguda. Os atendimentos seguem o fluxo do Protocolo de Manchester, com classificação de risco, tendo como objetivo priorizar o atendimento do paciente que apresenta maior risco.

A bronquiolite é uma doença viral aguda que afeta os bronquíolos, pequenos tubos que levam o ar aos pulmões. Ela acomete em bebês e crianças com menos de 2 anos de idade e os sintomas principais são: febre, congestão nasal, coriza clara, tosse, sibilância - que é um som respiratório como um "miado" de gato - e esforço respiratório em alguns casos. "É importante ressaltar que não é necessário ter todos os sintomas ao mesmo tempo", ressaltou o médico da UPA Infantil de Linhares, Alan Diego Lima Bettcher.

De acordo com o médico, a infecção caracteriza-se fundamentalmente por seu caráter sazonal, predominante de março a julho, porém a atividade do vírus pode começar antes ou persistir mais tempo em uma comunidade.

Lactentes com menos de seis meses de idade, prematururidade, bebês que nascem com baixo peso, crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade e cardiopatas representam os grupos de maior risco para desenvolver infecção respiratória mais grave, necessitando de internação em 10% a 15% dos casos, por vezes em Unidade de Terapia Intensica (UTI).

O principal causador da bronquiolite é a circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), que é responsável por cerca de 75% dos casos da doença. Esse vírus é altamente contagioso e pode ser transmitido pelo contato direto ou próximo a secreções contaminadas, que podem envolver gotículas ou objetos contaminados, como os utensílios de alimentação. A fonte de infecção é geralmente um membro da família ou colega da creche ou escola, com enfermidade respiratória aparentemente benigna.

Para evitar a bronquiolite, é de suma importância adotar medidas simples de higiene,  lavar as mãos e higienizá-las com álcool 70%, principalmente antes de tocar os bebês, recomendável evitar o contato com crianças e adultos resfriados, fugir de aglomerações, promover a amamentação e evitar o tabagismo passivo, limpar regularmente as superfícies e objetos que são tocados com frequência. E, finalmente, deve-se buscar o acompanhamento pediátrico para monitorar o crescimento, a introdução adequada da alimentação e o cumprimento do calendário de vacinação.

Crianças menores que 2 anos com sintomas catarrais, febre e tosse, principalmente na presença de diminuição na ingesta alimentar, desidratação, letargia e esforço respiratório, deve procurar atendimento médico imediato. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado têm o objetivo de tentar evitar complicações graves e reduzir o tempo de internação hospitalar.

"Tivemos um aumento nos últimos dias, mas na segunda-feira o fluxo foi bem alto, alguns casos mais leves, mas outros mais preocupantes. E em muitos casos, os pacientes só procuram a unidade quando a situação de saúde piora", destacou a diretora da UPA Infantil de Linhares, Gabriela Dall'Ortto.




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