A Prefeitura de Linhares informou na noite de quarta-feira (01) o repasse ao Hospital Rio Doce para o pagamento dos salários atrasados dos médicos que atuam na urgência e emergência da unidade hospitalar, referente aos meses de janeiro e fevereiro. Os médicos retomaram seus postos de trabalho após uma Carta Circular assinada pelo provedor do Hospital Rio Doce, Ilson Alves Pessoa, garantir o depósito dos salários atrasados na conta dos médicos nesta quinta-feira (02), já que a Secretaria de Saúde informou o processamento dos vencimentos.
Logo depois, uma decisão do Juiz de Direito Thiago Albani de Oliveira também determinou que todos os serviços via SUS prestados pelo hospital fossem normalizados. Em caso contrário o hospital pagaria uma multa diária estipulada em R$ 50 mil. A paralisação dos serviços de urgência e emergência, incluindo a maternidade, ficaram suspensos por pouco mais de 12 horas e foi iniciado às 7 horas desta quarta (01).
A coordenadora da maternidade, Dra. Ignez Pianca, disse que mesmo com a garantia dos meses de janeiro e fevereiro, o mês de março continua em aberto. E que o convênio entre a Prefeitura e o Hospital Rio Doce ainda não havia sido apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde. "Em respeito a diretoria do hospital e a decisão judicial toda a equipe da obstetrícia normalizou os atendimentos”, informou.
O fechamento
A maternidade do Hospital Rio Doce amanheceu fechada pela primeira vez em 46 anos na manhã desta quarta-feira (01). Os atendimentos na maternidade além dos atendimentos de urgência e emergência da obstetrícia foram suspensos e todos os casos que chegarem ao Rio Doce foram direcionados para o Hospital Geral de Linhares. A maternidade do Hospital Rio Doce é a responsável pelo nascimento de 3 mil bebês por ano de grávidas das cidades de Linhares, Rio Bananal e Sooretama.
Numa negociação entre a direção do Hospital Rio Doce e a Prefeitura de Linhares na noite de terça-feira (30), definiu que os pacientes de urgência e emergência seriam atendidos na unidade hospitalar apenas com encaminhamento do Hospital Geral de Linhares. Outras medidas também foram adotadas como: não exposição do nome de médicos na recepção do Hospital Rio Doce e o não preenchimento de fichas de pacientes do SUS.
O diretor administrativo do Hospital Rio Doce, Eduardo Portilho, acreditava que a situação seria normalizada ao longo de ontem, quarta-feira (01). "Os atendimentos referenciados via HGL foi a forma encontrada pelo hospital de causar o menor impacto possível na população”, explica. Os atendimentos particulares e via convênio continuaram normalizados.
As medidas foram adotadas porque os médicos que estão com os salários atrasados desde janeiro deste ano se recusaram a trabalhar sem uma previsão de pagamento já que o convênio com a administração municipal ainda não foi assinado, mesmo sendo aprovado por unanimidade na sessão desta segunda-feira (30) na Câmara Municipal de Linhares. A dívida deste convênio atingiu o valor de R$ 2.130.000,00.