Catadora de papelão declara: para Deus, meu barraco é uma mansão

14/03/2013 – 04h44 - Atualizado em – 14/03/2013 – 04h44

Ao lado de uma cadela e dois cachorros de estimação, Ana Pereira Pires, de 58 anos, se destaca no calçadão da Rua Monsenhor Pedrinha, uma das mais movimentadas do Centro da cidade. A cena chamou a atenção do Site de Linhares no final da tarde desta quarta-feira (13), e dona Ana contou um pouco sobre a rotina de ser catadora de papel.

O material, segundo ela, é comprado por um homem que vai até a casa da simpática senhora buscar o produto e paga apenas R$ 0,10 o quilo. Como tem afazeres domésticos todos os dias, Ana sai pelas ruas recolhendo papel somente na parte da tarde, e no fim do mês ela consegue juntar R$ 180,00.

Aos olhos de quem houve ela contar, é muito pouco. “Você nem imagina como esse dinheirinho faz a diferença lá em casa”, declara. “Temos sessenta reais do Bolsa Família e o salário da aposentadoria do meu marido. Tenho nove filhos e dois ainda moram comigo”, esclareceu, explicando em seguida que já ajudou a criar a maioria dos netos.

Os dois filhos que residem com Ana ainda são menores de idade, e apenas um deles trabalha. “Começou faz pouco tempo, e está com carteira assinada e tudo”, comemora.

Mansão

Ao falar sobre os gastos, Ana Pereira Pires enumerou alimento, contas de água e luz, remédios, roupas e falou que não paga aluguel. “É um lugar muito simples, mas é meu e foi Deus que me deu. Para Deus, meu barraco é uma mansão”, disse ela ao falar sobre o imóvel, localizado no bairro Aviso.

Pedimos para ela explicar como é viver com menos de R$ 1 mil por mês e Dona Ana Pereira Pires se considera feliz, apesar de reconhecer que “uns trezentos reais a mais” viriam de “bom grado”.

Uma de suas alegrias são os fiéis escudeiros de caminhada, os seus animais de estimação: a cadela Baleia e os cachorros Lobinho e Pintado.