A lama de rejeitos da mineradora Samarco continua causando estragos ao meio ambiente. Desta vez os personagens em ameaça são as tartarugas gigantes. Com apenas um ponto de desova regular no Brasil, elas começam a chegar a Regência, no próximo mês de setembro. Mas a preocupação de pesquisadores e ambientalistas já existe.
De acordo com a pesquisadora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Sarah Vargas, um monitoramento da área de desova, em parceria com o Projeto Tamar e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vai ser iniciado nas próximas semanas. Depois da chegada da lama, o comportamento de desova e os ninhos das tartarugas gigantes precisam ser observados, para verificar se houve qualquer efeito direto dos rejeitos de minério.
"Nossa ideia é monitorar, a longo prazo, o que vai acontecer, se vai mudar muito o comportamento, se vai mudar as taxas de eclosão, se vai ter filhotinhos nascendo mortos. Então, vai ser um monitoramento constante agora, para comparar com o que era antes do desastre”, disse a pesquisadora.
Antes da chegada da lama, já havia a pesca como fator de risco para a vida dos animais. "Todos os anos, a gente tem relatos de tartarugas encontradas mortas, com indício de que foi rede de pesca. É uma grande causa, tanto em alto mar, quanto próximo às praias, de morte de tartarugas marinhas”, destacou Sarah.
Apesar de a mancha ter diminuído, a pesquisadora falou que o impacto na biodiversidade não foi reduzido. "Isso pode estar causando uma morte na biodiversidade marinha, o que pode ser um efeito a longo prazo. A gente não sabe, agora, o que vai acontecer, mas imagina que a lama esteja evitando que o sol penetre e a vida marinha fique em equilíbrio”, falou. Com informações do G1/ES.